Arqueologia do Forte Ernesto

Archaeology of the Ernesto Fort

  • Nome histórico: Forte Ernesto.
  • Designação popular: Forte Ernesto.
  • Outras designações históricas:
    • Forte do Ernesto.
    • Forte Ernestus.
    • Forte do Ernestus.
    • Forte Príncipe Ernesto.
    • Forte de Santo Antônio.
  • Referências / identificação: Referência textual e iconográfica, obras de defesa não localizadas.
  • Capitania: Pernambuco.
  • Estado: Pernambuco.
  • Município: Recife.
  • Localização: Cidade do Recife, na Ilha de Santo Antônio (conhecida à época como Ilha de Antônio Vaz).
  • Localidade: Provavelmente a área correspondente à atual rua Quinze de Novembro

Histórico

Até a chegada dos holandeses, a Ilha de Antônio Vaz (também chamada de Santo Antônio) era ocupada apenas por um Convento de Franciscanos Descalços (construído entre 1612/1613) e algumas casas de moradores. Logo nos primeiros momentos da invasão, o Convento abandonado às pressas pelos frades, foi ocupado pelas tropas, e transformado em um grande quartel. Junto ao convento, foi erguido o Forte Príncipe Ernesto, muitas vezes referido pelos brasileiros como Forte de Santo Antônio. Obras externas de defesa circundavam o forte e uma ampla área em torno do convento, configurando uma estrutura bem mais complexa que a de um simples forte.

Além deste forte, os holandeses, instalaram na ilha alguns armazéns e tavernas e mantiveram o antigo convento, transformado em quartel. Até a chegada de Nassau, o povoamento da Ilha de Antônio Vaz progrediu lentamente. As poucas casas construídas na ilha, eram casas de baixo custo, que se contrapunham ao casario urbano, denso e caro do Recife. É que, apesar da presença do Forte, do grande quartel, a Ilha se mostrava vulnerável ao ataque das companhias de emboscada. Mas com a queda da resistência (1635) alterou-se o quadro. Foi na Ilha de Antônio Vaz, que após 1637, se implantou o projeto da cidade Maurícia. Ali, Maurício de Nassau fixou residência. Vrijburg foi construído ao norte do Forte Ernesto, no local onde existira um reduto e uma olaria.Com a cidade Maurícia implantou-se também um amplo sistema defensivo, que fora iniciado antes. Defendida a Leste e a Oeste, contava este sistema com o Forte Ernesto a norte e o Forte Frederico Henrique a sul. Quatro redutos, guarneciam os limites de Oeste do sistema, que empregava ainda um fosso com água e trincheiras de terra. As gamboas e as terras paludosas foram transformadas com o aprofundamento dos fossos e os aterros.

Com a Restauração (1654), o Forte Ernesto foi entregue aos brasileiros, e na 'Relação dos bens holandeses no Recife' consta que o Forte à época montava 19 canhões, de bronze e ferro, de calibres diversos, e um morteiro de trabuco, sendo notadas entre as suas peças de bronze duas com as armas de Portugal e uma com as armas da Espanha.

O antigo convento, que servira de quartel e sua igreja, voltaram então, às mãos dos Franciscanos, cujo Prelado Superior à época, era o Padre Custódio Frei Daniel de S. Francisco. Logo se tratou de retomar às feições condizentes com os preceitos católicos. Quanto ao Forte Ernesto, foi desmontado, e os fossos que o ligavam ao de Cinco Pontas, foi entulhado. O novo sistema de defesa traçado pelo engenheiro Diogo da Silveira Velozo, em 1737, alterara inteiramente o antigo sistema de defesa implantado pelos holandeses.

Comentários

Existe entre a documentação do Instituto Arqueológico Pernambucano as "instruções e especificações segundo as quais deverá ser feito um forte na Ilha de Antônio Vaz, em redor do convento ali existente", datadas de 29 de abril de 1630. Os contratantes da construção foram : Jan Comans, sargento da companhia de Van Els, que fez o lado sul da fortificação; Christoffel Deterson, soldado da companhia de Waerdenburch, que fez o lado ocidental e Hans Willem Louys, alferes da companhia de Rembach, que fez o lado norte. Não foi construído o lado oriental, que olhava para o bairro do Recife, permanecendo fechado pelo muro do convento. ("relatório" de Carpentier, de junho de 1636).

  • Quanto ao tombamento: Não é tombado.
  • Tipo de trabalho realizado: Levantamento histórico e iconográfico.
  • Fatores de destruição: Após a Restauração (1654) a área foi devolvida aos Franciscanos, que trataram de restabelecer as feições católicas do templo e do convento. O forte foi desmontado e os fossos entulhados.
  • Medidas sugeridas: Prospecção arqueológica sistemática, específica, ou ainda, prospecções arqueológicas eventuais, por acompanhamento das obras que se façam na área.
  • Data mais recuada: Primeira metade do século XVII.