Arqueologia do Forte das Três Pontas

Archaeology of the Fort of Three Tips

  • Nome histórico: Forte Waerdenburch.
  • Designação popular: Forte das Três Pontas.
  • Outras designações históricas:
    • Arx Waerdenburchij.
    • Forte Waerdenburch.
    • Forte das Três Pontas.
    • Trincheira Kik in de Pot.
    • Forte Séqua.
  • Referência: Referência documental, obras de defesa não localizadas.
  • Capitania: Pernambuco.
  • Estado: Pernambuco.
  • Município: Recife.
  • Localização: Cidade do Recife, na confluência dos rios Capibaribe e Beberibe, em uma ilha.
  • Localidade: Estava localizado na ilhota d'asseca, na junção dos rios Beberibe e Capibaribe, provavelmente fronteiriça à atual Rua da Aurora, possivelmente nas imediações das atuais garagens dos clubes de remo Náutico e Barroso.

Histórico

O Forte Waerdenburch, construído em 1631 pelos holandeses, integrava o plano de defesa do Recife. Foi instalado em uma ilha formada pelo Rio Capibaribe, próximo à confluência com o Beberibe, ocupando uma 'ponta de terra' chamada d'Asseca.

Para sua construção, foi necessário um grande número de homens pois, praticamente todo o material teve que ser transportado para a ilha: as vigas, os pranchões, as estacas para a paliçada. Ademais, não foi um trabalho tranqüilo. As companhias de emboscada tentaram, a todo custo, impedir o avanço das obras, mas não tiveram sucesso, e o forte foi concluído.

Provavelmente, naquela mesma ilha, a Resistência mantivera um fortim ou reduto até 1630, quando foi incendiado pelos holandeses.

De início, o Forte Waerdenburch apresentava uma forma quadrangular, com apenas três bastiões, voltados para Oeste, Norte e Leste. Dois aspectos, provavelmente concorreram para que o quarto bastião não chegasse a ser construído: as condições de terreno, e a segurança da cidade. Se construído, o quarto bastião estaria sobre uma área de terreno pouco firme, praticamente dentro do rio, de difícil construção e pior manutenção. Por outro lado, o quarto bastião estaria voltado para a Ilha de Antônio Vaz, ocupada pelos holandeses. Nesta situação, seria reduzida a expectativa de um ataque por aquele lado, ademais, a existência de um bastião voltado contra a área ocupada se tornaria arriscado, no caso do forte vir a ser tomado pelos inimigos. Esta preocupação se refletiu mais tarde, durante o governo Nassau, quando os holandeses se decidiram por alterar a forma e a disposição das defesas do forte. As duas cortinas voltadas para a cidade foram derrubadas, e cada um dos três bastiões foi transformado em reduto fechado. Mantiveram, entretanto, as cortinas que unia os bastiões, de modo a preservar a proteção da praça de armas e a casa de pólvora. Elevou-se o nível dos bastiões e de suas defesas, reforçadas com paliçadas sobre o parapeito.

A manutenção daquele forte era muito dispendiosa. Construído em terra, com muralhas e berma em faxina, suas estruturas facilmente se deterioravam. As chuvas, as enchentes do rio, concorriam para que, a cada ano, boa parte do forte tivesse que ser reparado, com grandes despesas. Em razão das despesas com sua conservação, o forte foi mais tarde novamente mutilado. O baluarte voltado para o lado do mar, já fechado como um reduto, foi demolido.

Com a alteração do sistema de defesa do Recife, após a expulsão dos holandeses, o Forte Waerdenburch não foi mantido integrando a defesa da cidade, e como vários outros fortes, foi destruído. A ilha onde fora instalado desapareceu com um aterro que a ligou ao Continente.

  • Quanto ao tombamento: Não é tombado.
  • Ocupação atual do sítio: Área reocupada.
  • Estado de conservação: Destruído, não restam vestígios aparentes à superfície.
  • Tipo de trabalho realizado: Levantamento histórico e iconográfico.
  • Fatores de destruição (provável): Agentes naturais e antrópicos. Área reocupada.
  • Medidas sugeridas: Prospecção arqueológica sistemática, específica, ou ainda, prospecções arqueológicas eventuais, por acompanhamento das obras que se façam na área.
  • Data mais recuada: Primeira metade do século XVII.