Arqueologia da Guarita de João Albuquerque

Archaeology of the João Albuquerque Guardhouse

  • Nome histórico: Guarita de João de Albuquerque.
  • Designação popular: Guarita de João de Albuquerque.
  • Outras designações históricas:
    • Forte de Santa Cruz do Mar;
    • Guarita de João de Albuquerque.
  • Referências / identificação: Referência documental e iconográfica. Obras de defesa não localizadas.
  • Capitania: Pernambuco.
  • Estado: Pernambuco.
  • Município: Olinda.
  • Localização: Estava situado na praia, (sul de Olinda), possivelmente na praia hoje chamada 'Praia dos Milagres', próximo ao local onde se acha o Convento de São Bento.
  • Localidade: Obras de defesa não localizadas.

Histórico

A prosperidade da Capitania de Pernambuco, sua crescente produção de açúcar, que por vezes abarrotava os armazéns no porto à espera do embarque para a Europa, atraía a atenção e a ação dos piratas. A experiência dos saques ou de tentativas de saques à Vila, se acumulava desde os tempos de Duarte Coelho. Em 1620, Matias de Albuquerque, capitão-general e ainda governador, da Capitania de seu irmão, Duarte de Albuquerque, se empenhou em reparar, armar e artilhar sua defesa. Em seu projeto de defesa do litoral se incluía uma paliçada ao longo da praia, que unia dois fortes: o de São Francisco ao norte e o de Santa Cruz do Mar, ao sul. Em 1620 teriam sido iniciadas as obras do Forte de Santa Cruz do Mar, sob o encargo de Cristóvão Álvares. Em setembro de 1622 as obras estavam praticamente concluídas.

Mas as obras e defesa freqüentemente exigiam conservação. Três anos após a saída de Matias de Albuquerque, as obras de defesa de Pernambuco já davam mostras do pouco cuidado que recebiam. Alguns dos fortes se encontravam desmantelados, enquanto que outros tiveram sua artilharia removida. Deste modo, as defesas da terra não puderam fazer face ao maciço o ataque encetado em 1630, pela armada e pelas tropas holandesas, atuando em conjunto.

O Forte de Santa Cruz do Mar, assim como os demais fortes entre Olinda e Recife caíram em poder dos holandeses.

Em 1639, os holandeses consideraram necessária a conservação deste forte ao sul de Olinda, tendo em vista a possibilidade do surgimento de alguma emergência. Na cartografia de 1641, o forte é assinalado como 'a guarda dos judeus'.

Mas durante a Campanha da Restauração o forte foi tomado pelos luso-brasileiros (1645), e pouco tempo depois, retomado pelos holandeses. Mesmo antes do final da campanha, a 23 de abril de 1648, o forte caiu novamente em poder dos luso-brasileiros, sob a ação do Capitão Braz de Barros.

Após a Restauração, o Forte de Santa Cruz do Mar continuou a integrar o sistema de defesa de Pernambuco.

Em 1763 estava atuante, montado com 7 peças dos seguintes calibres: 2 peças calibre 10; 2 peças calibre 14; 1 peça calibre 20; 2 peças calibre 25; e sua guarnição era composta por 14 homens, assim distribuídos: 1 tenente: Domingos dos Santos de Almeida; 1 sargento: Ignácio Luiz do Ó; 1 condestável: Francisco José Roiz; 7 soldados do Regimento Olinda; 4 soldados da Companhia de Artilharia.

Comentários

Existe, no Arquivo Histórico e Ultramarino, uma planta do forte com 347 X 400 mm, colorida, e petipé de 80 palmos.

  • Quanto ao tombamento: Não é tombado.
  • Tipo de trabalho realizado: Levantamento histórico.
  • Fatores de destruição (provável): Agentes naturais e antrópicos. Área reocupada.
  • Medidas sugeridas: Prospecção arqueológica sistemática, específica. Ou ainda, prospecções arqueológicas eventuais, por acompanhamento das obras que se façam na área.
  • Data mais recuada: Primeira metade do século XVII. (Possivelmente suas obras teriam sido iniciadas em 1620 e em setembro de 1622 estaria praticamente concluído).