A Ilha de Fernando de Noronha apresenta algumas características peculiares que de certa forma dificultam a realização de uma pesquisa arqueológica. A sua distancia do continente, a carência de material construtivo, motivou, desde os primórdios de sua ocupação uma reutilização constante de materiais de construção. O arruinamento de uma edificação significava a disponibilidade de materiais para uma nova construção, sejam pedras, tijolos, telhas e demais elementos que pudessem ser reaproveitados. Este fato, inclusive, continua ocorrendo nos dias atuais. A constatação deste procedimento exige uma maior acuidade nas observações e conseqüentemente nas conclusões oriundas da pesquisa arqueológica.

A área anteriormente ocupada por um armazém, "o armazém de cereais", sofreu, ao longo dos anos inúmeras intervenções, inclusive, em um determinado momento, sendo substituído por habitações que se sucederam no tempo.

A pesquisa arqueológica resgatou os alicerces do antigo "armazém de cereais" fornecendo tanto ao IPHAN, como aos restauradores, informações seguras para subsidiar o projeto arquitetônico. Além das informações relacionadas ao "armazém de cereais", a pesquisa arqueológica permitiu o resgate de informações relacionadas às ocupações sucessivas deste espaço como habitação. Inúmeras evidências de habitações foram encontradas, inclusive apresentando vestígios de suas áreas funcionais.